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Mythos – Revista do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de História Antiga e Medieval
No. I (2017)É com imensa alegria que vemos nascer a Revista MYTHOS –
Revista de História Antiga e Medieval da UEMASUL – Universidade
Estadual da Região Tocantina do Maranhão. Esta Revista já nasce
trazendo bons ventos em meio a tempos tão estranhos! É incrivelmente
salutar e próspero o diálogo que a MYTHOS propõe entre a produção
discente e docente. Neste aspecto ela vem contribuir para um espaço
cada vez mais restrito, que é o da publicação de artigos produzidos por
alunos de graduação e pós-graduação. E quando falamos de uma
produção centrada nas áreas de História Antiga e Medieval, este espaço
é ainda menor. -
Mythos – Revista do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de História Antiga e Medieval
No. I (2017)Nessa edição optamos por um editorial que destacasse a história e
as realizações do Nemham, que celebra 6 (seis) anos de existência,
através de um memorial descritivo das nossas ações neste período. São
ações que desenvolvemos desde o período de fundação do Núcleo, em
2011, até a presente data. -
Dossiê '' A morte desvendada: percepções sobre o além do mundo antigo e medieval''
No. II (2018)Caros leitores sejam bem-vindos à edição comemorativa de um
ano da Revista Mythos. Nessa edição, apresentamos o dossiê “A morte
desvendada: percepções sobre o além no mundo antigo e medieval”, no
qual estão inseridos diversos artigos que objetivam analisar as mais
variadas concepções acerca da morte e suas visões inseridas nas
sociedades antigas e medievais. -
Mythos – Revista do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de História Antiga e Medieval
No. II (2018)Neste Editorial destacamos a participação da História no processo
de Desnaturalização do Mundo, sobretudo num contexto atual de
transformações socioculturais e de embates no plano político.
Naturalizar o mundo é uma forma particular de explicar ou representar
determinada realidade. Entretanto, é importante ressaltar que só há
naturalização daquilo que é histórico e social, como as desigualdades
sociais. Naturalizar o mundo é explicar a realidade social e histórica
como algo natural, imanente e, portanto, imutável. As desigualdades
sociais, em suas diversas manifestações, são processos constituídos
historicamente e naturalizá-las atende aos interesses mais
conservadores dos grupos sociais dominantes que objetivam perpetuar
a exploração, a dominação e todas as formas de opressão. Dizer que tais
formas de exploração que sustentam as desigualdades “sempre
existiram e sempre existirão” é produzir uma falsa consciência da
realidade social e histórica. -
Mythos – Revista do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de História Antiga e Medieval
No. I (2019)Pensar a vida em comunidade requer a definição do que é
particular e do que é comum aos seus habitantes. Antes, como nos
ensina Aristóteles no primeiro livro da Política, devemos identificar as
partes que a compõe para depois ordená-las conforme suas
características próprias. Nesse processo de categorização das partes
constituintes de uma comunidade, a definição de conceitos como de
cidadão e cidadania são importantes para a distribuição social do
trabalho e a determinação da formação dos indivíduos que a compõem
por meio da educação. Em uma sociedade guerreira, o corpo militar a
comanda por meio da força, porque está voltada para a formação de um
soldado para a defesa e a eventual expansão do seu território. Neste
mundo hostil, onde a violência impera, não há muito espaço para artes
e letras, estas se confinam nos palácios, em aedos bem pagos que
agradam, divertem, informam e formam uma oligarquia nem sempre
preocupada em aprender, mas em exibir poder e riqueza em suntuosos
banquetes. -
Mythos – Revista do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de História Antiga e Medieval
No. II (2019)Na atualidade brasileira, assistimos a uma vinculação entre
certas formas de religiosidade cristã e modelos considerados ideais de
organização da sociedade. Há a proliferação, por meio de alguns setores
da grande mídia e das redes sociais, de um tipo de moral que procura
fundamentar e criar imagens ideais, por exemplo, de modelos de
organização familiar, de padrões de comportamento para mulheres e de
regras envolvendo formas de expressão da sexualidade. Além disso,
algumas instituições governamentais têm pautado sua política de
financiamento de produções culturais mediante esses padrões morais,
como a Ancine - Agência Nacional do Cinema - e a Caixa Econômica
Federal, o que deixa transparecer a estreita relação entre Religião e
Política, a despeito da laicidade do Estado. -
Mythos – Revista do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de História Antiga e Medieval
No. I (2020)O negacionismo científico que tomou impulso em diversas partes
do mundo possui, em suas manifestações, conotações variadas. Um
elemento comum é, no entanto, a negação dos conhecimentos
produzidos nas academias. Em um movimento paradoxal, os
negacionistas assumem a posição de intelectuais anti-intelectuais. A
opinião pública, por sua vez, adere a esses atores de maneira rápida,
como se fosse mais difícil seguir uma voz respaldada em convicções
fundamentadas. Os historiadores, a cada vez, são impelidos a rebater
os chamados desmistificadores, que defendem que a História é uma
Literatura bem elaborada, que por meio de enredos busca convencer o
público. -
Mythos – Revista do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de História Antiga e Medieval
No. II (2020)Seria a memória um recurso eficaz para enfrentar as instabilidades
políticas e sociais ao longo da história humana? A propósito do conceito
de memória, Jacques Le Goff destaca seu atributo peculiar de poder
conservar certas informações. Essas informações acabam contidas de
modo conjunto, remetemo-nos a um considerável número de funções
psíquicas, capazes de permitirem aos homens atualizarem suas
impressões a propósito do contexto social abordado ou as informações
passadas, ou ainda, aquelas informações que os homens representam
como sendo passadas (Le GOFF, 1990, 366). Muitos dos problemas
vivenciados na atualidade tem contribuído para voltarmos nosso olhar
sobre sociedades da Antiguidade e do Medievo, devido a fatos
vivenciados em cujo espaço temporal da memória não conseguiu
apagar. -
Corpo, poder e resistência no mundo antigo e medieval
No. I (2021)El proyecto de la presente reflexión consiste en relevar el concepto
de epimeleia heautou en el marco general del pensamiento
foucaultiano en su retorno al mundo antiguo, a fin de establecer un arco
de lectura con la problemática del alma y del cuerpo como campos de
batalla donde se libra el combate entre la hybris, desmesura, y la
sophrosyne, mesura como par antagónico. -
Mulheres no mundo antigo
No. II (2021)A História é sempre escrita no presente, em mudança relacionada
ao tempo, cultura, circunstâncias. Essa constatação tem sido feita
também em diferentes momentos. O filósofo italiano Benedetto Croce é
referência recorrente, mas Heráclito (πάντα χωρεῖ καὶ οὐδὲν μένει, “tudo
muda, nada fica parado” (Platão Crátilo 402ª) e Ovídio (Met. 15, 165:
omnia mutantur, nihil interit, “tudo muda, nada morre” tradução de
Brunno Vieira) já iam na mesma linha. E o presente é sempre objeto de
projetos de futuro, de busca de manutenção da situação ou de
mudanças, em anseio de destruição ou de convivência, sem
desconsiderar as gradações (Hartog 2020). As mulheres fazem parte
dessa disputa (Harding et aliae 2019). No momento, contrapõem-se
perspectivas e interesses a esse respeito. Há muitas variações, mas
convém reconhecer ao menos algumas das posições mais relevantes e
influentes, para além do bem e do mal. Umas pessoas consideram que
as mulheres sempre foram dominadas, ao menos desde há milhares de
anos (Beechey 1979). Outras defendem que elas foram beneficiadas
pelos homens (Campagnolo 2019), desde sempre (sic!). Outras, ainda,
que foram protagonistas, ainda que nem sempre reconhecidas como tal
(Patou-Mathis 2020). Há todo tipo de meio termo entre essas perspectivas,
na medida em que a realidade é sempre muito mais complexa do que qualquer abordagem possa dar conta (Weber 1949). Neste dossiê, tendo
em conta isso tudo, enfatizamos o protagonismo feminino, em geral, e na
Antiguidade, em particular. -
Antiguidade Oriental no Brasil pesquisas e perspectivas
No. III (2021)Assim como a universidade em solo pátrio, nascida somente nas
primeiras décadas do século XX, a História enquanto disciplina é algo
relativamente recente, bem como a História Antiga também o é.
Provavelmente os primórdios dessa última no país remontam a 1934,
quando a disciplina História da Civilização Antiga e Medieval existia no
curso unificado de Geografia e História em funcionamento na
Universidade de São Paulo (USP) (CAPELATO, GLEZER, FERLINI, 1994). Anos
mais tarde, na década de 1950, o docente Eurípedes Simões de Paula
fundava a cátedra de História Antiga na referida universidade. O
docente em tela, inclusive, também é requerido como o precursor da
área de História Medieval no Brasil (MACEDO, 2012). -
Dossiê "Do Bellus ao Bellum: (Inter)faces da Guerra na Antiguidade e no Medievo"
No. IV (2021)Uma constante presença, fundadora e fundamental do próprio
discurso de Clio, a guerra consitui-se como atividade inerente à natureza
humana, queiramos ou não. Se partirmos de uma contextualização
histórica para investigarmos sua onipresença na história da humanidade,
somos forçados a constatar seu papel determinante na construção da
escrita da própria História ocidental ao nos remetermos principalmente
aos historiadores gregos Heródoto e Tucídides, nos albores da
historiografia. -
Dossiê "Mulheres no Mundo Antigo" parte II
No. I (2022)No início de 2021, a Revista Mythos lançou o dossiê Mulheres no
Mundo Antigo. Pesquisadoras dos variados rincões do Brasil e da América
Latina aderiram à chamada e a coleção de artigos planejada para um
número se transformou em duas, uma publicada em meados daquele
ano e esta agora, em 2022. Bons frutos do trabalho acadêmico em curso,
desde meados dos anos de 1990. -
La imagen femenina em el mundo antiguo: saber y poder
Vol. 14 No. II (2022)El propósito del presente dossier consiste en pensar el espacio del pensamiento como un topos de construcción igualitaria y de configuración de un modelo antropológico que supone, precisamente, revisar la inequidad de género como núcleo problemático.
Para ello analizaremos la relación entre pensamiento y cultura, entendiendo a ésta como un modelo de instalación etho-poiética, que compromete una cierta actitud frente a la vida, una cierta manera de ser, un estilo de vida, de pensar y de obrar, un cierto ethos.
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O sensível e o invisível: religiões, crenças e rituais nos mundos antigos
Vol. 15 No. III (6)As formas como povos distintos conceberam e interagiam com a existência de potências sobrenaturais constitui um problema historiográfico dos mais interessantes. Ao longo do século XX, principalmente, pesquisas que versam sobre o tema ganharam mais espaço: desde a primeira geração dos Annales até o estabelecimento da chamada História das Mentalidades, estudos sobre a coletividade na longa duração e de suas estruturas mentais foram angariando cada vez mais espaço na academia. Oposições como sagrado/profano, mágico/religioso, legítimo/ilícito constituíram-se como categorias de análise mobilizadas pelos historiadores nesse esforço, em diálogo constante com outras áreas do conhecimento, como a Antropologia, rendendo trabalhos historiográficos inovadores, mais interdisciplinares e disruptivos em seu tempo.
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Poder, Representações e Imaginários na Idade Média
Vol. 16 No. 4 (6)O Dossiê temático “Poder, Representação e Imaginários na Idade Média” apresenta artigos que abordam a diversidade das formas de poder, políticas, relações culturais, representações, imaginários e a construção de memórias acerca do Medievo. Os textos que compõem o dossiê objetivam instigar reflexões sobre a historiografia produzida no âmbito dos estudos medievais, discutindo suas singularidades, confrontando-as com questionamentos sobre os usos do passado;
buscando compreender como esse passado tem sido revisitado, interpretado (e reinterpretado) pelos historiadores. -
O Poder do Debate: Democracia e seus enfrentamentos na Antiguidade
Vol. 18 No. I (2023)Dentre as palavras que herdamos do grego, democracia talvez
seja aquela que mais ecoou, e ainda ecoa, nas mais diversas conjunturas
espaço-temporais. Ainda assim, nem sempre as apreciações acerca
desse sistema político são positivas. O regime surgido na antiguidade
grega, mais reconhecidamente em Atenas, ainda que outras póleis já
também adotassem medidas vistas como democráticas, é desde seu
nascimento alvo de debates, críticas e dúvidas. Não é à toa que a frase,
aparentemente paradoxal e controversa, atribuída a Winston Churchill,
seja retomada até os dias de hoje: “A democracia é o pior dos regimes
políticos, à exceção de todos os outros já experimentados ao longo da
história”. -
Representações e práticas sensoriais e emocionais na antiguidade e no medievo
Vol. 17 No. III (2023)Desde los arrabales de Buenos Aires, el yo poético siente, con el cuerpo, con los sentidos y con las emociones, la universalidad de toda experiencia humana. De un puente de Constitución “y a mis pies / Fragor de trenes que tejían laberintos de hierro. / Humo y silbatos escalaban la noche,” el paseo nocturno lo lleva a la muerte primigenia “Que de golpe fue el Juicio Universal. Desde el invisible Horizonte” (BORGES, “Mateo XXV, 30”, 1974a, 874). Y esos olores, ruidos y miradas, junto con el miedo y el terror por la noche y la marginalidad, lo devuelven a su cotidianeidad: “y sentí Buenos Aires” (BORGES, “Arrabal”, 1974b, 32)